Cresce a mobilização contra decreto dos EUA

Mais de 5 milhões já assinaram <br> em defesa da Venezuela

O texto que o governo venezuelano pretende entregar na próxima Cimeira das Américas ultrapassou os cinco milhões de subscritores, iniciativa que Caracas promove a par da unidade cívico-militar e da defesa da soberania nacional.

O objectivo é garantir a subscrição de 10 milhões de pessoas

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A recolha de assinaturas lançada no âmbito da campanha mundial que afirma a Venezuela como esperança e exige a Barack Obama que derrogue o decreto que considera o país uma ameaça, superou, domingo, 29, metade da meta prevista. O objectivo é, até ao próximo dia 10 de Abril, quando se inicia, no Panamá, a Cimeira da Organização de Estado Americanos, garantir a subscrição de 10 milhões de pessoas.

O documento, cujo primeiro signatário é o presidente venezuelano, será a então apresentado aos chefes de Estado latino-americanos por Nicolás Maduro no quadro da denúncia da política hostil e a ofensiva dos EUA contra a República Bolivariana.

A rejeição da agressividade imperialista também se faz, por estes dias, através das redes sociais. Na mais popular daquelas plataformas no subcontinente americano, as etiquetas #ObamaDerogaElDecretoYa e #VenezuelaEsEsperanza alcançavam, no final da semana passada, cerca de quatro milhões de mensagens e posicionavam-se entre as principais tendências dos internautas. Em Portugal, o Conselho Português para a Paz e a Cooperação reitera o apelo para a subscrição do texto em https://www.change.org/p/presidente-de-ee-uu-barack-obama-retiro-inmediato-de-la-orden-ejecutiva-en-contra-de-venezuela.

O repúdio da ingerência norte-americana e a defesa da soberania da Venezuela fez-se igualmente, sexta-feira, 27, com o depósito de uma nota de protesto na Embaixada dos EUA em Caracas. O acto oficial foi liderado pela ministra dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, que entregou um documento em que se frisa que «no total, 120 países, 26 deles da América Latina, e 10 organismos internacionais, manifestaram apoio à República Bolivariana da Venezuela, considerando que o decreto emitido pelo Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, contra a Pátria de (Simón) Bolívar, viola absolutamente o direito internacional».

Delcy Rodrigues lembrou, na ocasião, que a Venezuela pretende manter com os EUA «um diálogo baseado no respeito entre os estados e no princípio de igualdade soberana».

A força da unidade

Já no sábado, 28, Nicolás Maduro apelou à unidade cívico-militar e felicitou as forças armadas pelo sucesso do exercício Escudo Bolivariano 2015, o qual, desde 14 de Março, envolveu os diversos ramos castrenses com o objectivo de «fazer da nossa pátria um território inexpugnável».

À prontidão e unidade revelada pelas Forças Armadas Bolivarianas, acresce a mobilização dos trabalhadores. Exemplo disso mesmo foi a derrota de uma tentativa de boicote levada a cabo por um grupo armado durante o fim-de-semana passado. Os terroristas invadiram as instalações da petrolífera venezuelana no estado de Monagas e tentaram interromper a produção de energia eléctrica e a extracção de hidrocarbonetos.

«A não ser impedido a tempo, sendo esta área a fonte de gás mais importante do país, o acto podia ter um sério impacto na produção e electricidade», afirma o comunicado da empresa pública, que salienta que a intentona foi abortada graças à «activação do plano de contingência e à acção dos trabalhadores patriotas», que «conseguiram reestabelecer o sistema em tempo recorde».




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